Histórias para cada semana (Advento e Natal - Parte 4)





Hoje, vim trazer algumas sugestões de histórias, para cada Reino, para cada semana, como citei nas publicações anteriormente.

(é interessante,  para quem ainda não conhece o Advento vivenciado dessa forma, para terem uma ideia de como funcionam as histórias separadas pelos reinos)







História para a semana do Reino Mineral (1° semana) 

"O Milagre do Poço"


Na época de José e Maria, pais do menino Jesus, as pessoas ainda não tinham torneiras em suas casas, como hoje em dia, então, quando elas precisavam de água, elas tinham que ir até o poço para buscar a água com os seus baldes. Na maioria das vezes, eram mulheres e moças que faziam isso. E quando elas ali se encontravam, gostavam de conversar e contar as novidades umas para as outras.

 E assim também pretendia Rute naquela noite, quando pegou seu balde para ir até o poço. Mas, quando estava saindo de casa, notou no céu uma estrela tão brilhante que ofuscava todas as outras estrelas e até mesmo a lua. 

A moça ficou ali, olhando admirada, perdeu a noção do tempo... e até se esqueceu do que estava indo fazer. "O que será que aquela estrela, que brilhava tão maravilhosamente, queria anunciar?" Somente quando sentiu os dedos doendo pelo frio na noite, Rute acordou dos seus sonhos acordada e correu rapidamente para o poço. 

Lá, não havia mais ninguém. Todas as moças já tinham ido embora. Rapidamente, Rute colocou o balde na corrente para deixá-lo descer no poço. Mais então, ela hesitou de novo, pois o espelho de água brilhava como ouro, e a luz dourada era daquela estrela brilhante, que se refletia na água.

 - Como isto brilha e resplandece! – murmurava a menina – Se a vovó pudesse ver isto!...

 Mas a avó, estava em casa, sentada em sua cadeira, pois suas pernas tinham ficado fracas com a idade e não as sustentavam mais. 

Cuidadosamente, para não revolver a água brilhante, Rute deixou descer o balde. Mas quando o puxou para cima, admirou-se pela terceira vez naquela noite: a água dentro do balde também brilhava como ouro! Com cuidado, a menina colocou o dedo dentro da água e a provou. Tinha o sabor de sempre. Então, Rute tirou o balde da corrente e correu o mais rápido possível até a avó.

 - Veja, vovó – exclamou ela, assim que abriu a porta, - Veja o que estou lhe trazendo! – E então mostrou-lhe a água, que brilhava maravilhosamente como ouro.

 - Veja, a água conservou o brilho da estrela resplandecente, para que você também o possa ver – explicou a menina alegremente.

 Pensativa, a velha mulher olhava para a água dourada. Depois perguntou:

 - Que luz será essa, que está começando a brilhar sobre o mundo e cujo brilho a água pura reflete? - E, virando-se para Rute, disse:

 - E nos seus olhos também já começou a brilhar Rute. Cuide bem dessa luz!

 A noticia da água dourada espalhou-se rapidamente e todas as pessoas corriam para pegar um pouco também. E por mais que tirassem a água, ela ainda conservava o brilho da estrela.

E assim continuou a acontecer, até o menino Jesus nascer em Belém, e aí então, foi o seu brilho que iluminou o mundo!






História para a semana do Reino Vegetal (2° semana)

 "Na Floresta de Espinhos"


Em seu caminho para Belém, Maria e José tiveram que atravessar uma floresta...

Troncos áridos, secos e lenhosos erguiam-se... e no meio deles, cresciam arbustos duros e nodosos, ostentando em vez de folhas, espinhos pontiagudos. 

Estes, atingiam os viajantes, rasgando suas vestes.

  O burrinho de José, que não podia se desviar como os homens, levava a pior; os espinhos continuamente entravam em seu pobre pelo, até que ele, por fim, não queria mais andar.

 Não adiantava pedir, nem ralhar. O burrinho empacava e gritava um lastimoso “Hin-hon”, todas as vezes que José, com seu cajado, queria forçá-lo a andar. 

José, ralho então com os arbustos espinhentos, que lhes dificultavam tanto a viagem. Maria, porém, a querida Mãe Divina, pôs suavemente a mão sobre o ombro do marido e disse: “Querido José, não reclame tanto dos arbustos de espinhos. Eles não podem produzir outra coisa além de espinhos, pois o clima é muito seco nesta região. Se eles tivessem mais água – eu lhe dou minha palavra – dariam rosas perfumadas para nós e para nosso querido filho.

 Depois, ela elevou os olhos ao céu e pediu: “Meu Deus amado, faça com que sua bondade desça como orvalho vivificante, a fim de que estes pobres arbustos de espinhos possam se transformar como desejam.”

Assim que Maria pronunciou essa oração, caiu do céu um suave orvalho sobre os arbustos espinhosos. Estes, absorveram a água com toda a alegria e, enquanto o faziam, todos os seus espinhos caíram. No lugar deles, porém, floresceram rosas maravilhosas; elas brilhavam nas mais lindas cores e pareciam apostar, umas com as outras, qual delas daria o perfume mais agradável. 

Maria e José agradeceram pelo milagre. E o burrinho, ficou novamente muito alegre e, esticava o nariz para o ar perfumado, trotando com prazer na frente, rumo a Belém.






História para a semana do Reino Animal (3° semana)

" Porque o burrinho não queria parar"


Os burrinhos são animais muito teimosos. São fortes e perseverantes, e conseguem levar cargas muito pesadas. Mas às vezes simplesmente estão sem vontade e não adianta pedir nem brigar com eles; se não quiserem obedecer, não obedecerão. Se você quiser forçá-los a trabalhar, eles fincam seus cascos no chão, e você pode puxar ou empurrar, mas não consegue tirá-los do lugar. Quando você estiver desesperado, pode acontecer que sua teimosia desapareça de repente – como que por encanto – e seu burrinho volte a ser a criatura mais querida, prestativa e fiel que você possa imaginar.

Pois também era assim com o burrinho de Maria e José, e a viagem para Belém teria sido ainda mais difícil e longa, se o burrinho não tivesse se transformado num animal de carga dócil e pacífico. E isso aconteceu da seguinte maneira:

José estava carregando o burrinho com os poucos pertences que iriam necessitar na viagem à Belém, e o burrinho manteve-se quieto, e parecia ser o animal mais dócil e amável de toda a Nazaré. Mas quando José tomou da corda para puxá-lo, este empacou e não quis dar nenhum passo à frente. José tentou convencê-lo com carinhos e depois com ameaças: o burrinho fincou os cascos no chão e não se moveu. Então Maria tentou a sorte, fez-lhe carinho entre as orelhas e pediu-lhe que viesse, por favor, pois o caminho para Belém era longo e teriam que se apressar. Mas o burrinho continuou empacado e não quis saber de conversa. Neste apuro, interveio o Anjo Gabriel. Sem que Maria e José o tivessem visto, ele se aproximou do burrinho e disse: “Você é tão pequeno e fraco, que tem toda a razão em não querer ir a Belém, pois o caminho certamente lhe será muito penoso. Vou chamar alguns Anjos, para que levem sua carga, e assim você poderá ficar aqui. Só me dá pena – adicionou o Anjo, lamentando – você não poder então ouvir os Anjos cantando, quando o Menino Jesus nascer, nem poder provar do feno doce sobre o qual o Menino estará deitado…”

Anjos cantando? Feno doce? E ele aqui tão bobo, empacado, correndo o perigo de perder as melhores coisas do mundo? O burrinho pôs as orelhas em pé e ficou à escuta, como se o canto dos Anjos já pudesse ser ouvido. O focinho ele esticou no ar, farejando, pois parecia mesmo que o cheiro do feno doce já vinha ao seu encontro. Esqueceu-se totalmente de empacar. O burrinho nem quis seguir obediente a Maria e José; não, ele corria, alegre, na frente e não via a hora de chegar a Belém. De noite, mal parava para descansar, e de manhã, antes do nascer do sol, já começava a zurrar “Hin-hon!”, que significa: “Levantem-se, vamos depressa para Belém, para junto dos Anjos cantando e do feno doce. Não há tempo a perder!”

Sim, é assim que um burrinho pode às vezes se transformar, se ficar à escuta, bem atento, e ouvir o que o Anjo lhe diz.







História para a semana do Reino Humano (4°semana)

" Os Estalajadeiros de Belém"


Finalmente, depois de longa caminhada, Maria e José alcançaram Belém. Estavam cansados da longa viagem, e até mesmo o burrinho deixava a cabeça pendida de tão exausto. Mas onde encontrariam um albergue, um lugar onde pudessem ficar e uma cama para dormir?

 Foram de porta em porta, batiam aqui e ali, pediam aos diversos estalajadeiros que os deixassem entrar. Mas ninguém os quis receber, pois José era pobre e não poderia pagar muito pela hospedagem. 

“Vão-se embora,” – diziam sempre – “esta casa é minha, aqui vocês não entram!”

Já havia escurecido, e Maria e José ainda andavam pelas ruas, e o burrinho trotava cansado ao lado deles, espantado por não conseguirem onde ficar. 

Por fim, só havia mais uma estalagem na beira da cidade, uma casa pequena com um velho estábulo no pátio. Sem muita coragem, José bateu na porta. 

Quando o estalajadeiro abriu, puderam ver logo que a sala estava cheia de gente, e quase não se atreveram a fazer o pedido. Mas Titus, o estalajadeiro, olhou-os com pena, percebeu que estavam exaustos, que precisavam de um abrigo. Coçou a cabeça e resmungou: “Que farei agora? Aqui estão duas pessoas e um burrinho, todos muito cansados, precisando de um lugar para dormir. Minha estalagem pode abrigar pessoas cansadas. Mas a casa está cheia. Até nos bancos há pessoas dormindo. 

Pensativo, Titus passou a vista pelo pátio já escuro. De repente, seus olhos brilharam, e ele exclamou: “Mas a lanterna já está acesa no estábulo! Quem sabe está justamente esperando por vocês! Sigam-me, homem, mulher e burrinho! Terão uma casinha só para vocês! Não é muito grande nem muito mobiliada. Mas lá vocês terão, pelo menos, um telhado sobre suas cabeças e palha para servir de cama.” 

E para onde o estalajadeiro os levou? 

Para o estábulo que os ratinhos do Natal haviam arrumado tão bem, onde o boi Remus mastigava seu feno e uma estrelinha se escondera dentro da lanterna e espalhava sua luz amorosa.

Portanto, foi lá que se hospedaram Maria e José e também o burrinho que os seguira até Belém; e Remus, o boi, aceitou de bom grado a companhia. Finalmente haviam chegado, finalmente a santa Noite de Natal podia descer sobre a terra!


🌟🌟🌟



Na próxima e última publicação desse ano, falarei um pouquinho sobre como celebrar o Advento de forma mais resumida, caso a família não tenha muito tempo para fazer atividades diariamente, como sugerido até agora .

Até lá! 💫




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